terça-feira, 28 de julho de 2009

E ele dançou cmg...

Hoje, sentir o vento fez-me especialmente bem…
O vento que vem sabe-se lá de onde. Que passa como quem acaricia o meu pescoço, como quem sente a temperatura das minhas bochechas rosadas, que faz com que cada fio do meu cabelo se sinta livre e com vontade própria para esvoaçar por aqui… por ali…que me arrepia…

O mesmo vento que entra pelas janelas fugidio. O vento que leva o balão da menina loira de vestido que passea no parque. Que seca as lágrimas sofridas na face de quem se despede. O vento que faz cair as folhas, as arvores, os monumentos, os edifícios… O mesmo vento que deixa voar os pássaros. Que faz abraçar os namorados que gozam o por do sol. O vento que desgasta as rochas… levanta a areia. O mesmo vento que faz rebentar as ondas do mar imenso...e o faz borbulhar de desejo. O vento que apaga as memórias que restam das lápides dos moribundos que já não o sentem… O vento que nos faz sentir vivos.

E enquanto pedalava ele passeava por ali…dançava comigo…pedalava comigo…incansável. Como uma mão adulta que empurra uma criança para ajudar nas suas primeiras pedaladas. Que ao mesmo tempo que empurra ampara a sua queda.

Por isso hoje, sentir o vento fez-me especialmente bem…

domingo, 5 de julho de 2009

Esses teus véus...


Mar calmo e turbulento
Tanto trazes alegria
Como trazes tormento.

Alma gémea de minha alma...
magia e luz de minha vida...
És como uma deusa caída
Com esses teus véus de anil
dona da beleza, da vastidão...

Quando brotava no mundo...
pequena e fraca, no meu caminho,
meu minguado pé pomposo,
pela primeira vez te arriscou,
chegaste, devagarinho,
com o teu delicado
espumejar branquinho,
e o meu coração parou...

Teceste-me a felicidade
és o meu tesouro infinito,
juru-te eterna aliança,
porque és a minha esperança,
alma gémea de minha alma,
foste e serás sempre tu,
protagonista de minhas fantasias,
a luz dos meus dias.

Se eu te perder algum dia...
Cairei numa escura agonia,
da saudade dos teus véus...
Se abandonares meu coração,
confidente de meus amores,
Hei-de esperar-te entre as flores
que jamais te substituirão.


A.G.