terça-feira, 23 de março de 2010

(quase) Intocável

Olha bem para mim, olha para os meus olhos, para o meu corpo… Há muita coisa neles que eu não entendo...
Guarda as tuas promessas, que sussurras como orações adornadas…
Eu não preciso delas.

Porque eu tenho sido tão mal tratada,
Eu fui tratada assim durante tanto tempo,
Como se eu me tivesse tornando intocável.

Preciso…de frieza, de sinceridade, desprezo, da verdade, de te amar em silêncio…Como se tivesse finas raízes leves e espinhosas a abafar-me o coração.

Eles dizem
Que o amor é eterno,
Que as flores são lindas,
Que promessas adoçam a desgraça...

Mas eu não preciso delas, não eu não preciso.

Eu sou uma flor que morre lentamente.
Preciso da escuridão, da doçura, da tristeza, dos medos, das fraquezas…
Ah eu preciso disso.

Mas preciso ainda de uma canção de embalar, de um abraço apertado de um beijo de boa noite, anjo, doce …
Ah eu preciso disso.


Tu lembras-te da maneira que me tocaste antes?
Todo o nervosismo e doçura… eu amei… adorei
Tu guardas promessas, que eu não preciso.

Bem, está muito escuro
Consegues ver-me?
Queres-me?
Alcanças-me?

Ah, estou de partida…É melhor respirares fundo, beija-me.
Agora e espera até ao dia da tua morte.
Ah, é esse o significado da vida...
E o meu também.

***

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