terça-feira, 24 de novembro de 2009

Nojo

Há coisas que não sei…que não faço ideia sequer, que nem nunca me passaram pela cabeça…nunca sonhei.
E esta era uma delas.
E bem podia vir o mundo inteiro testemunhá-lo que eu jamais acreditaria em tal atrocidade.

Até estas palavras me enjoam, me agoniam…me enojam.
Ainda assim gostava de ter partilhado contigo mais conversas de café…
Gostava de te fazer mais perguntas estúpidas…
Gostava de te chatear mais vezes, de te irritar de te chamar nomes sem qualquer rancor acoplado.
Adorava ter-te nos grandes momentos da minha vida, ao meu lado, onde tens estado.
Vou precisar de ti nos meus “contratos de relações defeituosos” porque tu sabias sempre o que estava mal.

Gostava que tivesses sempre presente como planeamos.

Gostava…afinal n era bem isso que eu gostava, porque a pessoa que eu tinha em mente não eras bem tu, e perdeu-se no tempo.

Mas essa pessoa?…oh se gostava!...


.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

That i would be good...

Seria eu suficientemente boa, se não fizesse nada?
Seria eu suficiente, mesmo se apontasse os polegares para baixo?
Estaria tudo bem, se ficasse e continuasse doente?
Seria eu suficientemente boa, mesmo se engordasse 10kilos?

Estaria óptima, até se entrasse em falência?
Continuaria a ser o que sou se perdesse meus os cabelos e a minha juventude?
Seria formidável se já não fosse princesa?

Serei amada, até quando me paralisar a mim mesma?
Serei boa, até quando estiver perdida?
Serei amada, até quando estiver enfurecida?
Serei boa, até quando for teimosa?

Sou suficientemente boa, mesmo quando perco a sanidade?
Serei suficientemente boa
Contigo ou sem ti.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Pedaços de mar

. Hoje fez frio e eu lembrei-me de um pais distante, lembrei-me do mar, lembrei-me de ti…
Cheguei perdida a um mundo sem fim, sedenta da vida que tu me transmitiste.
. Perdi-me na imensidão de gente que preenchia os corredores e as escadas que separavam os nossos quartos. Arrastava os meus olhos pela carpete verde seca, e naquele preciso momento, nem mais nem menos uma milésima de segundo, decidi espreitar o mundo.
. All stars pretos, encardidos, calças de ganga clara, rotas, sweatshirt… percorri lentamente com os olhos o teu cabelo loiro, comprido, escorrido, brilhante…e mergulhei nas profundezas do teu gorro preto, para encontrar dois pedaços de mar azul que são esses teus olhos… sorriste e logo te escondeste nesse teu mundo escuro que é o teu gorro preto.
. E noutro país, numa outra língua e com outras pessoas, eu encontrei um grande amigo meu, que não me lembro de ter conhecido esta vida… companheiros de conversas no telhado, de brincadeiras, de histórias inacabadas….As semanas pareciam dias, e as horas fugiam-me, como os grãos de areia por entre os dedos.
. E naquela tarde de sol na praia, prestes a fazer mais uma das tuas loucuras sorriste para mim, e perguntas-te: “are you in?”, bastou sorrir para estarmos semi-nus a correr pela praia em direcção á água.
. Mas, quando vos vi todos a mergulhar naquele mar sem fim de sentimentos, travei a fundo na areia da praia...
. Vieste ao de cima, procuraste-me e eu não estava lá. Percorreste o areal em vão e perguntas-te: “Que aconteceu?” respondi: “ Desculpa, a água está fria demais para mim…” .
. Ofereceste-me o teu sorriso mais inocente, enrolaste-me no teu casaco, apertaste-me com força para eu não fugir, vestiste-te e quando os teus olhos azul-mar se afundavam de novo nas profundezas do teu gorro fixaram-se nos meus como se soubesses.
. Na manha seguinte desencontrámo-nos. E naquele mundo, as carpetes dos corredores continuam a pregar as suas partidas, o telhado espera por ti todas as noites, e a areia da praia vai fugir-nos sempre por entre os dedos.
. Se foi aquele o momento de despedida sabes tão bem quanto eu que a verdadeira resposta teria sido: “Desculpa, eu sou fria demais para ti…”.